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BERNHARD SCHMIDT: O GÊNIO ÓPTICO DO SÉCULO XX

Bernhard_schmidt
17/04/2021

                                            BERNHARD  SCHMIDT : O GÊNIO ÓPTICO DO SÉCULO XX

                                                                                     Nelson  Travnik

Há 142 anos, nasceu um homem que com um só braço iria revolucionar a fotografia sideral.

Nos registros de nascimento de uma igreja de Tallin, Estônia, está anotado que no dia 30/03/1879, nasceu na pequena ilha de Naïssar a 20 km de Tallin, Bernhard Schmidt, filho de Karl  e Anna Schmidt. Com  a idade de apenas 15 anos, em virtude de uma mal sucedida experiência com explosivos, perde o braço direito . Mas isso não o abala e até 1901 faz seus estudos e trabalho na vila de Tallin.  Mais tarde se dedica a engenharia civil em Göteborg, Suécia, e Mittweida, Alemanha. Nessa última, estuda  no Instituto Técnico da cidade de 1911 a 1914. Com a eclosão da primeira guerra mundial, todos os estonianos remanescentes de um país inimigo, são levados à prisão de Waldheim e, entre eles, está Schmidt. O término da guerra em 1918, faz com que Schmidt retorne ao Instituto Técnico de Mittweida polindo lentes e fazendo experiências. Deste laborioso trabalho resulta a invenção da famosa Câmara Schmidt, terminando assim uma longa rivalidade entre fotografias tradicionais com os refletores e refratores. A esta altura, Schmidt a partir de 1926, um colaborador do Observatório de Hamburgo Bergdorf, Alemanha, tem então a oportunidade de colocar em ação sua invenção, construindo sua primeira câmara.

 A construção da lamina corretiva é um trabalho que requer grande precisão. Após 36 horas de estafante trabalho, Schmidt termina a lâmina corretiva de 36 cm de diâmetro e apenas 5 cm de espessura. O espelho esférico de 44 cm, com 63,0 de distância focal resulta em incríveis 1:1,7 (36/63,0). Eis o trabalho de um homem com um só braço! É o ano de 1930. Os resultados se revelam surpreendentes dado a luminosidade do instrumento, campo abarcado, ausência de coma e magnitudes alcançadas. Diante dos resultados obtidos, astrônomos de todo o mundo passam a se interessar por ela vendo que, em apenas 10 minutos de exposição, conseguem alcançar a 20ª magnitude algo antes impossível. Nos EUA, no Observatório de Monte Palomar, uma Câmara Schmidt com primário de 1,83m e lamina de 1,14 m, f/ 2,5, construída em 1949, é utilizada para a confecção de um atlas detalhado do céu até a declinação de -27o, com o nome de ‘Palomar Sky Atlas’. Por muitos anos é a melhor ferramenta utilizada pelos astrônomos do hemisfério norte  e parte do hemisfério sul.  Cada parte do céu é fotografada em luz vermelha e azul. São obtidas 935 chapas fotográficas mostrando 540 milhões de estrelas e 10 milhões de galáxias. Em 1960, no Observatório Karl Schwarzchild, Tautemburg, Alemanha, é colocada em serviço construída pela firma Carl Zeiss Jena, a maior Câmara Schmidt do mundo com primário de 2,00 m e lamina de  1,34 m .

Com o passar dos anos, baseado no principio da Câmara Schmidt, o cenário muda radicalmente com o aperfeiçoamento dos telescópios Schmidt Cassegrain , outras disposições ópticas e principalmente com o emprego das câmaras CCD, sigla da expressão inglesa ‘Charge Coupled Device’ que é ainda o mais moderno e sensível detector da radiação. Foi ela que utilizada no foco do telescópio de Monte Palomar, permitiu em 16/10/1982 redescobrir o cometa Halley quando sua magnitude era de 24.2 e se encontrava além da órbita de Saturno. Importa lembrar que antes disso, houve grande difusão das Câmaras Schmidt entre os aficionados. Várias empresas passaram a comercializar e entre elas a americana Celestron introduzindo dois modelos: uma de 5 ½ “, f/1.65 e outra de 8” f/1.5 ambas utilizando filmes  35 mm. A substituição dos filmes 35 mm e chapas fotográficas  pela CCD, reduziu drasticamente os tempos de exposição e ganho em magnitude. Alguns telescópios Schmidt Cassegrain como é o caso do Celestron de 11”, relação focal f/10, a substituição do secundário por uma câmara fotográfica com CCD, permite que a relação focal passe a ser de f/2.2 propiciando um ganho notável em luminosidade e tempo de exposição.

Nelson Travnik é astrônomo, diretor do Observatório Astronômico de Piracicaba Elias e Membro Titular da Sociedade Astronômica da França.

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